Reator de Angra 1 é religado e pode gerar energia ainda hoje
Rio de Janeiro - O reator da Usina Nuclear Angra 1 já foi reativado e
pode voltar ainda hoje (24) a gerar energia elétrica, informou o
assessor da Diretoria de Operações da usina Luiz Roberto Cordilha Porto.
A potência máxima da usina, no entanto, só deve ser atingida no fim de
semana, devido à necessidade de testar o reator em diferentes níveis.
"Vamos fazer uma retomada vagarosa e bem cuidadosa, repetindo testes
em patamares de potência, de forma que possamos chegar aos 100% com
tranquilidade. Acredito que até o fim de semana podemos terminar esses
testes e chegar lá", disse o assessor, depois da abertura do 4º
Seminário Internacional de Energia Nuclear.
Cordilha Porto explicou que o reator foi automaticamente desligado
na semana passada por um defeito em um dos cartões eletrônicos do
Sistema de Proteção do Reator, responsável por desativá-lo quando é
detectado um problema na usina. O assessor afirmou que em nenhum momento
houve risco, porque, apesar do defeito, o sistema de proteção reagiu da
forma prevista, interrompendo o funcionamento do reator.
O problema começou a ser detectado no início da semana passada,
quando houve o primeiro desligamento automático do reator. Depois de
religada, a usina voltou a apresentar um defeito da mesma natureza dias
depois. Após o segundo desligamento, a área técnica de Angra 1 se
debruçou sobre o problema durante o fim de semana e o feriado estadual
de ontem, quando o cartão eletrônico foi substituído.
"Era um defeito difícil de descobrir porque era intermitente. A
usina agora está nos procedimentos de aquecer, subir a carga e rolar a
turbina para voltar ao sincronismo. Ainda hoje começaremos a subir a
potência", disse Cordilha Porto, que contou que uma falha semelhante
ocorreu em 2005.
O assessor da presidência da Eletrobras Eletronuclear, Leonam dos
Santos Guimarães, afirmou que a parte eletrônica da usina é antiga e sua
modernização está no cronograma das ações para aumentar a vida útil de
Angra 1. Recentemente, a usina teve o tampo do vaso do reator trocado,
e, em 2009, foi feita a substituição do gerador de vapor.
"Isso se resolverá a médio prazo com a modernização da parte de
instrumentação e controle. A área é a que mais evoluiu tecnologicamente.
Em Angra 3, será totalmente digital, uma grande evolução em relação à
Angra 2. Mesmo em Angra 1, as partes estão sendo modernizadas. Certas
malhas de controle já foram digitalizadas", explicou.
Fonte: Agência Brasil